quarta-feira, novembro 30, 2011

Queca da tia Ofélia e Nega Maluca da Madrinha Hilda

Minhas variações e explicações estão em azul:
Obs. Sempre utilizo manteiga, jamais margarina, inclusive para untar formas.
         Depois enfarinho com f. trigo ou açúcar cristal.


Queca-Preta (tia Ofélia)    Muito boa!

3 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar (320 g) - ou 40 g de aspartame (40 colheres de chá rasas)
1 xícara de açúcar queimado (160 g)
2 colheres de manteiga ou margarina (3 colheres de manteiga)
3 ovos
1 colherinha de Royal
1 colherinha de bicarbonato (dissolvido em 
1 xícara de leite)
passas, nozes, noz moscada, caldo e sumo de limão, cidrão, conhaque, xerém, pó para pão-de-mel.

Meus comentários e explicações:
 
Queimar o açúcar.
Esfriar um pouco.
Por a manteiga. Mexer.
Por o leite com o bicarbonato aos poucos, mexendo.
Por os ovos, um a um, mexendo.
Misturar com a farinha com fermento.

 Encher 3 formas de bolo inglês pequenas, com ou sem papel manteiga, untadas com manteiga e enfarinhadas,
Forno pré-aquecido por aproximadamente 45 minutos.
Tenho a impressão que a origem dessa receita da tia Ofélia seja de Margarida Morgan. Os Morgan são descendentes de inglês de Morro Velho/Nova Lima/MG. Para confirmar essa minha suspeita, só mesmo alguma amiga Morgan poderia comparar essa receita com as delas.

Mas não posso deixar de registrar que a Queca também é uma tradição de Itabirito, herança nos deixada pelos ingleses do séc. XIX de Cata Branca.



Nega Maluca (Madrinha Hilda)  Muito boa!

3 ovos inteiros
1 xícara açúcar
1 xícara Nescau (ou Toddy morango)
1 xícara água fervendo
1 xícara óleo
2 xícaras f. trigo
1 colher sopa fermento
Misturar tudo em batedeira e colocar em assadeira regular, ou forma redonda com buraco no meio.
(Pode bater no liquidificador.)


Obs. O glacê só é feito depois que estiver tudo na assadeira. Depois de feito, deixar esfriar até que o bolo esteja pronto, quando estiver é só esquentar.


Glacê (madrinha Hilda)  Muito bom!

1 colher sopa manteiga ou margarina
3 colheres leite
1 xícara açúcar
1 e 1/2 xícara Nescau
Dar uma esquentada e jogar sobre o bolo.


terça-feira, novembro 29, 2011

O show do Paulinho Pedra Azul e os figos esquecidos...


Na semana retrasada houve um evento do sebrae em CAltas, com show do Paulinho Pedra Azul. Foi o melhor show q já vi em CAltas. Estava chovendo,ventando muito e fazia frio. A praça estava vazia e assistíamos ao show debaixo de enorme guarda-chuva, q insistia em querer nos fazer levantar vôo. Havia espaço suficiente para eu não ser pisada, nem cutucada por guarda-chuva alheio, nem para ter neguinho na frente nos atrapalhando a visão. Eu podia acompanhar o show com todo o conforto, encaixando o solado de minhas velhas gomeiras nas grandes pedras disformes do calçamento, sem perigo de perder o equilíbrio. Curti demais o maravilhoso show do Paulinho Pedra Azul, aquela simpatia de pessoa, muito espirituoso. Ótimo músico e compositor, cantou um delicioso repertório, acompanhado de um tecladista e de um percursionista muito bons. Nada de axé, coisas de baiano, Claudinha Leite nem Ivete Cavalo (pra implicar com Lud)...
 Antes, à tarde, fomos a umas tendas armadas, com serviços para a comunidade, como barbeiro e emissão de documentos e divertimento para a garotada. Havia stands com comidas típicas das cidades da Estrada Real - Caeté estava presente com uma deliciosa galinhada - e artesanato. Os produtores rurais de CAltas e de SBárbara expuseram seus biscoitos, rosca, doces, hortaliças, feijão, café, fubá de moinho d'água. Saí de lá carregada de disputadas sacolas plásticas, já que não levei nada, pois não fui preparada pra comprar nada... Com meu guarda-chuvão, Quincas carregou minhas sacolas e foi buscar o carro pra me pegar. Eu havia estacionado o camburão bem pertinho, a uns 50 metros abaixo da saída norte. A rua era de mão única e era só o Quincas dar uma paradinha e eu entraria. Pois não é que ele deu a volta a pé no quarteirão e depois deu outra volta de carro até voltar ao mesmo lugar e me pegar (como eu fiz há muitos anos, quando fiz vestibular, dando 3 voltas no mineirão...) No meio dessa aventura ele perdeu os meus figos verdes de fazer o docinho para o natal - já que agora não temos nem vó Cherubina nem D. Eugênia pra fazer os doces, eu tenho a obrigação de usar o tacho de vez em quando. Eu pensei q poderia ter me esquecido dos figos no balcão do stand, mas depois me lembrei que encaixei a sacola, pesadinha, numa das mãos do Quincas e ele os perdeu pelo caminho...

sexta-feira, novembro 18, 2011

O Orçamento Participativo mudou...

Redigi isso em 4 de outubro e agora posto aqui minhas observações sobre o processo de OP em BH:
 Espalhei um e-mail pra meio Belorizonte pra todo mundo ver como são as coisas: o OP começou a perder sua maravilhosa característica popular, universal e democrática quando o Fernando Pimentel mudou os procedimentos que envolvia centenas de pessoas, em auditórios de escolas públicas, para discutir propostas. A implantação do OP Digital tornou o processo mais elitista, mesmo que ainda contemple algumas obras para populações mais carentes.

As caravanas em ônibus foram uma das maiores experiências de minha vida, porque, embora eu fosse uma líder comunitária atuante na época, entrei em um dos ônibus sozinha, sem ninguém de meu bairro, de minha tribo. Só tinha gente do Alto Vera Cruz, Taquaril e regiões próximas, que é a parte mais pobre da Região Leste de BH, que é uma das mais pobres da cidade, num local de acentuada topografia. A maioria das pessoas que acompanhavam a caravana eram moradores de vilas e favelas. Senti-me totalmente hostilizada, com pessoas olhando esquisito pra mim e cheguei a ouvir impropérios de uma moça que me chamou de "burguesinha de Santa Tereza".

Depois da 1ª parada, eu poderia ter trocado de ônibus, mas preferi enfrentar a situação e ver no que dava. Apenas na hora do almoço, num grupo escolar lá desses lados, é que consegui relaxar, ao conversar com alguns conhecidos do meu vizinho bairro Floresta e de funcionários da prefeitura, comendo no bandeijão do refeitório e descansando na quadra da escola.

Vi tanto esgoto a céu aberto e tive a incrível experiência de ver gente deixando de votar em melhorias para o seu próprio bairro ou vila para votar em obras para locais mais necessitados, às vezes de extrema pobreza.

A nossa proposta (dos bairros Santa Tereza e Floresta, proposta por este último bairro, e não por nós) não tinha concorrência, pois as lideranças dos 2 bairros combinamos de antemão de apresentarmos um único projeto para termos chance de sairmos contemplados no dia da votação.

Fomos a última parada da caravana, e, só então, quando uma pessoa da AMIFLOR (Associação dos Amigos da Floresta, um antigo e simpático bairro de classe média de BH) começou a fazer a defesa de nosso Centro Cultural da Leste e, ao mesmo tempo, me apresentou para aquelas pessoas, é que eu senti a animosidade se esvair. Ao fim da tarde, até recebi um cumprimento de despedida daquela que havia me xingado de manhã...

Vocês precisavam ver o orgulho daquelas pessoas de poder vislumbrar que poderiam ter um Centro Cultural num antigo cinema, numa linda praça no bairro de Santa Tereza. Era o povo descendo do morro nos ônibus do Brizola para as praias da zona sul do RJ!...

Bom, a prefeitura adquiriu o imóvel, mas nunca viabilizou nem a reforma e nem o aspecto institucional e de apoio logístico para o Centro Cultural virar uma realidade. Muitos anos se passaram e a Região Leste ficou mesmo só com o Centro Cultural do Vera Cruz, que é uma referência em atividades culturais da população local em BH. Veja em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alto_Vera_Cruz_%28Belo_Horizonte%29

Agora, imaginem como eu fiquei danada quando li da revitalização do Cine com patrocínio da Vale, sem a menor menção a que aquele espaço foi conquistado pelo povo da Região Leste!

E minha danação culminou em raiva quando li a matéria sobre os antigos cinemas no domingo!
Tem dó!

Tenho que botar a boca no mundo pra todos saberem de quem é aquilo ali, e quem foram os responsáveis por esse ser um dos poucos cinemas que restaram intactos em Belo Horizonte!

Aproveitem para ver uns vídeos que postei do Renegado, em especial o Conexão Alto Vera Cruz/Havana.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Minha máquina de costura Singer

Minha avó Cherubina dizia que sua máquina de costura Singer ficaria para mim, já que era a neta que sabia costurar.
 Herdei também os balainhos de costura e os apetrechos e livros de trabalhos manuais.

Essa máquina ela adquiriu por volta de 1930, quando apareceu na Usina Esperança, em Itabirito/MG, um homem vendendo uma Singer. Disse ela para meu avô Franz Joseft - o Chico alemão da Usina Esperança: Chico, corre lá e vende minha vaca pra comprar uma máquina de costura! A vaca foi o seu dote de casamento.
 
Minha avó sentou-me à frente da máquina com 3 ou 4 anos de idade, com um paninho, para aprender a costurar, em Ipatinga/MG, quando moramos lá, na época da implantação da USIMINAS, antes de 1960. Senti-me tão orgulhosa que lembro-me perfeitamente da ocasião, da posição da máquina em seu quarto, que dava para o quintal e recebia sol apenas pela manhã, o que fazia dali um ambiente agradável nas tardes quentes de Ipatinga. A janela aberta à direita iluminava bem a minha "área de trabalho" e minha mão direita rodava aquela roda, já que meus pés ainda não alcançavam o pedal no chão. Foi meu primeiro pedacinho de pano costurado! Alguns poucos anos depois, já em Belo Horizonte, eu costurava roupinhas para minha boneca e pegadores de panela e brancos saquinhos de anil para dar de presente de Natal para minhas tias e avós, verdadeiras ou por afinidade, que elogiavam o meu trabalho. Com isso, eu era sempre lembrada para ganhar os retalhos de tecidos e de tira-bordadas que sobravam. Aprendi com minha avó a cuidar da máquina, a usar o óleo Singer e a chamar o técnico da Singer para regular a máquina, dar uma limpeza interna e trocar a correia.
Quando era adolescente, antes mesmo de 1970, uma amiga e eu nos matriculamos num curso de corte e costura no Sesi e passei a costurar para mim, para agradar amigas, para meu irmão predileto ainda criança, e roupinhas para presentear bebês recém-nascidos.
Costuro em minha Singer antiga até hoje!


Mas o seu gabinete é muito feio e fraco, tem partes feitas até de eucatex, mas foi o único que consegui adquirir para substituir o outro, comido de cupim, que, por sinal, já não era mais o original. Mas aquele gabinete, encomendado por minha avó, foi feito com muito esmero por um antigo marceneiro na década de 70.

 Tenho muita vontade de adquirir um bom e belo gabinete de madeira, que esteja à altura de minha boa e velha máquina de costura Singer, que para mim representa muito mais do que uma bonita peça de antiquidade!!

segunda-feira, outubro 24, 2011

2 Bolos de Cenoura - cozida e crua



Bolo de Cenoura da Madrinha Hilda

Esta receita de Bolo de Cenoura também aprendi com minha madrinha Hilda quando eu era adolescente.
Está no meu antigo caderno de receitas, da década de 70.

4 cenouras grandes cozidas (com sal)
4 ovos
4 colheres de manteiga

Bater no liquidificador.

Retirar do liquidificador e misturar:
2 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar
1 colher sopa rasa de Royal
essência de baunilha.

Por no forno pré-aquexcido e desenformar quente.

Cobrir com:
2 colheres de Nescau
2 colheres de leite
2 colheres de açúcar
2 colheres de manteiga.

Cobrir o bolo quente.



Bolo de Cenoura Crua

Esta receita eu aprendi com uma antiga empregada, a Tereza, da época quando o Augusto ainda era pequeno e morávamos no barracão da D. Sininha.
Este bolo de cenoura crua fica pintadinho de laranja, enquanto que o de cenoura cozida fica com uma cor homogênea.

3 ovos
4 cenouras
2 copos de leite
1 colher de Royal
3 copos de açúcar
3 colheres de margarina (eu sempre uso manteiga)
6 copos de farinha de trigo
2 colheres de óleo


segunda-feira, outubro 10, 2011

"Mulher inteligente tem um filho só."

 
Tenho só um filho, pq ele, inteligentemente, escapou, me enganando. Assim, fiquei grávida e muito feliz! Percebi com uma semana, pq meus mamás ficaram inchados e doendo anormalmente. Depois do tempo certo, fiz aquele exame de farmácia q confirmou o q eu já sabia e depois fiz o teste de laboratório. Só então contei para o pai dele, que, embora tenha dito q não queria filhos, ficou tão feliz quanto eu!

Minha avó, q só teve meu pai como filho, pois concordou com o desejo de meu avô alemão, ficava toda satisfeita por eu ter seguido o seu exemplo e dizia: "Mulher inteligente tem um filho só".

E eu digo q Deus dá o frio conforme o cobertor - se eu tivesse tido 2 filhos, teria cometido infanticídio...
Menino dá trabalho demais!

E olha q Deus me trouxe o Guga, que foi um bebê calmo e bem humorado, q não chorava (só quando machucava).
Foi uma criança excepcional desde pequenino, aprendeu a ler sozinho e aos 2 anos e meio escreveu sua 1ª frase no vidro embaçado pela chuva, no buraquinho de meu fusca.
Foi um menino curioso e super-inteligente, amoroso e sensível, do jeito q uma mãe temperamental como eu teria aguentado!
Devorava livros e revistinhas, em casa e na livraria infantil Miguelim.
Seu defeito - e provocação - era deixar espalhado pecinhas de playmobil pelo chão da sala, do quarto...

Algumas vezes, depois dos 9 ou 10 anos, ele me provocou a ponto de eu ter exagerado nas minhas atitudes, mas nada que ele não estivesse pronto pra aguentar.

Sempre foi um pouco diferente de seus primos e seus amigos, mas com uma sabedoria própria de saber que cada um é de um jeito.

Não deu trabalho na adolescência, além do que uma ligeira discordância comigo em alguns momentos, quando ele corria pra casa do pai, numa clara e pacífica afirmação de seu espaço e sua personalidade.

Ele é um herói por ter sobrevivido com tranquilidade a uma mãe ansiosa como eu...
Se eu tivesse tido um filho comum, este não teria saído ileso da experiância comigo... kkkkkkkk!!!!!

Fez seu 1º vestibular (sem meu conhecimento, senão não teria concordado) junto com colegas de classe, aos 16 anos, passando em 1º lugar em engenharia mecânica ou física, sei lá.
No ano seguinte entrou para o curso de física da UFMG e no 1º semestre se enturmou com o pessoal da astronomia, tornando-se monitor no telescópio da Serra da Piedade, em Caeté.
Depois de um tempo, desistiu de tudo e largou a faculdade, dizendo que nunca mais ia voltar e que seria auto-didata.
_Meu filho, algum curso vc tem q fazer, senão quando vc for preso vai ficar na cadeia comum!
_Vc quer q eu seja preso, mãe?
_Não, Guga, mas tem q fazer uma faculdade...

Chorei uma semana seguida e depois ele concordou comigo em irmos a uma psicóloga (eu tinha esperança q ela me ajudasse a convencê-lo).
Depois de algumas sessões, a psicóloga é que me convenveu que eu devia deixar ele resolver, que a vida era dele, e se ele não queria ir mais pra faculdade, eu deveria deixar...

Passados alguns anos, ele resolveu voltar, dessa vez pra fazer matemática computacional, e gostou do curso, formando-se com uns 3 ou 4 gatos pingados de turmas diferentes.

Começou a trabalhar depois de fazer um concurso de 2º grau, e ralou, acordando cedo, trabalhando em Contagem e indo pra aula na Pampulha.

Depois de formado, fez outro concurso, agora de 3º grau, e foi pra Brasília. Adeus, mamãe...
Fazer o que, né?

Logo depois noivou e casou-se com a Lud em 2009, quando ela terminou a especialização em saúde da família.

Ralaram sozinhos em Brasília, ele fazendo o mestrado e apertado com trabalho e faculdade, e ela sozinha e estudando pra concurso.

Compraram ap na planta e alugaram outro de frente pra obra, pra acompanhar a construção de sua casa.

Mudaram-se pro ap deles, ela passou num concurso pra funcionária temporária e ele resolveu fazer outro concurso.
Ele passou e tomou posse há 1 ano. Ela tomou posse há uns 4 meses e logo fez outro concurso pra ser efetiva em outro lugar e trabalhar 20 horas, pois quer encomendar outro neto pra mim.
Lud já tomou posse no outro trabalho e o Guga termina seu mestrado no fim deste mês de outubro.
Com isso, o aperto deles diminui um pouco.
E assim a vida vai...

Não sei quem o meu filho puxou ao optar por empregos públicos, mais seguros, pois eu sempre fui um passarinho solto voando de uma empresa pra outra até ficar stressada, e o pai dele é arquiteto autônomo até hoje.
Talvez o exemplo dos pais tenha sido determinante para que ele optasse por uma vida mais ancorada.
Mas lá vai ele, sempre independente, fazendo o que dá na sua cabeça, sem se importar com opinião alheia, embora sempre tenha ouvidos para nos escutar, a mim e ao pai dele. É muito centrado em si e sempre decidiu seu caminho.

Costumo dizer q o Guga é muito cabeçudo, desde q nasceu, quando era a maior cabeça do berçário. Quando tinha uns 7 anos, em visita ao Museu do Ouro em Sabará, a coroa de D.Pedro I só serviu em sua cabeça e na da professora.
Sempre faz o que ele mesmo decide.

Ainda bem.
Esse é o meu filho. Eu me orgulho demais dele!

quarta-feira, outubro 05, 2011

Cine Santa Tereza - algumas considerações sobre participação popular e a cidade de BH.

O Curral d'el Rey era um pequeno arraial onde foi implantado o traçado da nova capital de Minas, do brilhante Araão Reis. Dele tb é o plano da cidade de Sores, na ilha do Marajó - naquele tempo não se dizia "urbanismo", "desenho urbano", "plano urbano", etc. - palavras q só seriam usadas com a arquitetura moderna).
 Tudo o q se pensava de mais moderno em termos de planejamento de cidade foi inspiração para a nova capital - inclusive o conceito de q planejamento urbano não é uma coisa estática, que o constante estudo da cidade é tão dinâmico quanto sua transformação - consequência do desenvolvimento da vida urbana vinda com o século das luzes, por isso Araão Reis propôs que ao término dos trabalhos da Comissão Construtora da Cidade, a qual chefiava, deveria ser instituída a Comissão de Desenvolvimento da Cidade, idéia q não foi comprada pelos políticos.

O plano da cidade consistia de uma área de arruamento geométrico, com lotes de 1000 m2, cercada de uma avenida de "Contorno", além do que ficariam chácaras e sítios q abasteceriam a cidade de produtos horti-frutigranjeiros, carnes e laticínios.

Dentro da área da Contorno situam-se, dentre outros, o Centro e o Funcionários, que foi a primeira região a ser ocupada pelos edifícios governamentais e pelas residências dos novos altos funcionários do estado. Dentro da Contorno tb fica a Floresta, a nordeste do Centro, originalmente ocupada pelo segundo escalão.

Do lado de fora desse perímetro ficavam colônias agrícolas, fazendas remanescentes, novas chácaras e sítios, e os bairros dos construtores negros - Bonfim, e imigrantes - Santa Tereza. Hoje esses 2 bairros são "colados" ao Centro.

No Bonfim se situa o nosso antigo e belo cemitério - nota-se q cemitério sempre fica longe e ninguém quer morar perto, a não ser os trabalhadores menos qualificados, menos valorizados, que não escolhem...

Em Santa Tereza ficava um antigo e belo edifício de quarentena de imigrantes, que depois se tornou sanatório, que foi demolido com o advento da penicilina, e veio a ser um mercado distrital - com a fama de ser um lugar azarado, com uma caveira de burro enterrada no local, dada a sua origem de lugar estigmatizado.
Nesse bairro foram morar os imigrantes italianos, portugueses e espanhóis que foram os artífices das primeiras construções da cidade.

Essa foi a coformação da primeira ocupação da nova capital.

No caso da Floresta, com o tempo, a região dentro da avenida do Contorno se valorizou muito e foi se tornando local de moradias abastadas. Do lado de fora, cresceu um comércio para atender a região e moradias mais populares.
Hoje, a região toda é supervalorizada, para comércio e residência, mas lá ainda moram muitas famílias de classe média, na parte de fora da Contorno. Boa parte da região foi tombada no começo da década de 90 do XX, o que gerou uma grande polêmica na cidade, entre os que defendiam o instrumento de preservação e os que eram radicalmente contra (como sempre acontece quando se trata de tombamentos).

Já Santa Tereza manteve-se desvalorizada porque, mesmo estando ao lado da Floresta e do Centro, era uma região sem abastecimento regular de água até o fim da década de 60 do XX. Com isso, o bairro se manteve com a mesma caracterítica sócio/cultural/econômica, o que promoveu a sua preservação e ocupação um pouco estável até uns 20 anos atrás, com um pequeno comércio local em torno da praça da igreja, muitas vendas/bares de gêneros e bebidas (que foram os embriões dos barzinhos e da vida boêmia local), moradias dos descendentes daqueles primeiros imigrantes ou de patrícios deles, já mescladas com de outros mineiros, belorizontinos ou não, e 2 favelas próximo ao ribeirão Arrudas, na área de maior declive (como sempre e em toda cidade).

Esse "meio abandono" favoreceu a manutenção de suas caracteríticas de "cidade do interior", assim como o total abandono das atividades econômicas preservou totalmente Tiradentes para o fim do séc. XX e para a Rede Globo (hoje Tiradentes é tão chique que eu não tenho o nível econômico necessário para frequentá-la mais... E foi lá q passei uns dias de minha pequena lua-de-mel com meu 1º marido em 1978 - definitivamente não era moda, nem lua-de-mel, nem Tiradentes. E foi lá que conheci meu atual marido, em 1992, e cheguei a voltar com ele algumas vezes, até q ela se tornou mesmo território de paulistas e cariocas abastados e cults).

Como eu tenho atração por coisas fora de moda, ou out (antes era brega ou kitsch, dependendo do olhar do público ou do usuário, hoje é chique e vintage - não mais me atrai tanto), comprei praticamente a vista um ap na planta, meio mês antes do Collor tomar o dinheiro de todo mundo, num predinho simples de 3 andares no bairro, depois de meiar com meu ex-marido nossa linda casinha antiga, no tradicional bairro de soldados de BH, Santa Efigênia, vizinho a Santa Tereza e ao Funcionários, que nós restauramos, de arquitetura pré-modernista, de 1932, de autoria do arquiteto belga Hardy, pai do Álvaro Hardy, meu ex-professor, e avô do Veveco, reconhecidos arquitetos de BH, ambos falecidos.

A construção demorou a ficar pronta, pois até o dono da pequena construtora ficou sem dinheiro.
Mudei-me para Santa Tereza com meu filho.
Na projeto do Plano Diretor de BH, observei que o bairro estava classificado como Zona de Adensamento Preferencial.
 Epa! Com a proximidade de áreas nobres de Belo Horizonte, como a área hospitalar, já saturada, Centro, Savassi e Funcionários, aquela vida de aspectos aparentemente discrepantes, como a calma de cidade de interior e a boêmia de botequins de Santa Tereza, viria a baixo, com seus imóveis simples e antigos dando lugar a edifícios comerciais e residenciais! (Santa Tereza é a casa do Clube da Esquina, da Banda Santa, de uma das poucas manifestações das Pastorinhas de BH, e tem toda uma vida própria especial.)
Assustada, botei a boca no trombone e fui atrás de quem eu conhecia no bairro, e, juntos criamos o Movimento "Salve, SantaTereza!", que imediatamente ardeu como fogo no bairro todo. Tivemos apoio da nossa associação do bairro. Reuniões, abaixo-assinado, visitas a todos os gabinetes de vereadores, todos os dias na câmara, tipo "não esqueça a minha caloi". Ganhamos manchetes de jornais e notícias na tv.
Fizemos tanta pressão que conseguimos alterar o projeto do Plano Diretor de BH, aprovado em 1996, com a Área de Diretrizes Especiais de Santa Tereza, de caracteríticas sócio/ culturais, ambientais e históricas que demandavam medidas urbanísticas de proteção, com a garantia de participação popular nas intervenções e atividades do bairro. Isso na época do Habitat II, em Istambul (Segunda Conferência das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos - HABITAT II (Istambul/Turquia/1996).
Conseguimos proteger o bairro e sua ambiência, com instrumentos urbanísticos
Conseguimos colocar a gestão local na pauta da prefeitura de BH.
Foi o maior abaixo-assinado recebido até então na Câmara de Vereadores de BH.
Foi o 1º movimento popular nesses moldes no Brasil!
Foi a 1ª medida de proteção e salvaguarda de patrimônio de conjunto com instrumentos urbanísticos, ao invés do instrumento do tombamento no município.
Foi a 1ª inclusão da gestão local e participativa de bairro garantida em lei na cidade.
Ganhamos vários prêmios e honrarias.
Servimos de modelo para outros movimentos comunitários.
Demos apoio e consultoria técnica para associações de bairro.
Tomamos assento no Conselho Municipal de Política Urbana, como representante do setor popular, eleito pelas associações e entidades da categoria em BH.
Elaboramos participativamente nossa proposta de projeto de lei de regulamentação para o bairro.
Inventamos intuitivamente nossa metodologia de participação popular para a elaboração desse trabalho técnico de proposta de projeto de lei de regulamentação da área.
Nossa proposta de projeto de lei foi a escolhida pela empresa de urbanismo contratada pela prefeitura como a melhor de 3 cenários estudados/propostos por ela para o bairro.
 Nossa proposta foi votada na câmara de vereadores, praticamente sem mudanças.
Demos palestras e aulas de participação popular e urbanismo.
Fomos estudo de caso de 2 teses de mestrado da UFMG, uma de arquitetura e urbanismo com enfoque sociológico, e outra de sociologia com enfoque arquitetônico/urbanistico.
(Fui nota de rodapé de tese em quase todas as páginas.)
Saímos do popular para a academia.
Conseguimos fazer sentar na mesma mesa para reunião igreja e comunista: o vigário da paróquia, o saudoso Padre Cornélio, holandês de Santa Tereza, e o Sr. Dimas Perin, ex-deputado federal, ex-líder político comunista, perseguido na ditadura, autor de livros e nossa referência de cidadania.
Tivemos nossos 15 minutos  trocentas vezes.
Como o samba que não era apreciado pela madame socialite, incomodamos departamentos que não gostam de discussões técnicas com povo.
Conseguimos eleger uma diretoria para nossa associação de moradores com votação recorde na história de todos os bairros da cidade, na Praça de Santa Tereza, que entrou noite a dentro, com luz de gambiarra, pois havia ainda imensa fila após as 17 horas.
Demos assessoria para nossa associação de moradores.
Elegemos mais algumas outras diretorias da associação do bairro, parceiras de nosso Movimento.
Tentamos salvar nosso cinema antigo, quando ele estava na iminência de se transformar em igreja, montando um boneco de projeto de centro cultural pluri-setorial, pela lei Rouanet, incluindo a compra do Cine Santa Tereza, que previa a participação popular e a de alguns representantes da música, teatro e dança de BH, de notável expressividade e que foi malogrado com a recusa do proprietário em vender o imóvel, nos oferencendo no lugar outro cinema, que futuramente veio a ser transformado pelo Grupo Galpão em importante espaço cultural na cidade. Sonhamos até com a inauguração, com uma sessão solene de apresentação concomitante, dentro do Cine e em telão na praça do "Conde de Monte Cristo", filme q inaugurou o cinema antigamente... Como as idéias nascem e se repetem concretizadas em outros locais, em outros tempos...
Fizemos parceria com a associação do vizinho e antigo bairro Floresta, que fez a proposição de desapropriação do cinema pelo orçamento participativo, para efetivar nosso projeto de Centro Cultural no local, agora para toda a Região Leste da Cidade.

Bem, o resto eu já escrevi sobre o Cine Santa Tereza, basta ler posts anteriores, no feicebuque, que oportunamente copiarei aqui no blog.

Essas foram algumas das atuações do Movimento "Salve, Santa Tereza!", que, ao longo dos anos, não se restringiu apenas a esses aspectos aqui relatados, e sim a participar de todo aspecto da vida do bairro, ora mesclando-se com a associação do bairro, ora não, defendendo, propondo, intervindo em tudo o que se referia à Área de Diretrizes Especiais de Santa Tereza e à vida que nesse local se inseria, continuando por vários anos, mesmo sem mais a minha pessoal participação, mas com a de incansáveis companheiros fundadores do Movimento, em especial o José Ronaldo Perdigão, morador nascido e criado no bairro, que hoje não mora mais em Belo Horizonte, mas continua com sua caneta afiada através da internet.

Mas, cadê as vozes de Santa Tereza, da Floresta e de demais bairros e vilas da Região Leste, para se expressarem sobre os rumos e decisões arbitrárias sobre o  Cine Santa Tereza - Centro Cultural da Região Leste, patrimônio da comunidade, conquistado pelo Orçamento Participativo?

terça-feira, julho 05, 2011

Compaixão por nossos irmãos animais

De http://www.filosofiaesoterica.com
/ler.php?id=1207:

"Importa considerar as consequências de não adoptarmos uma atitude não-violenta para com a vida. A Ciência Oculta, ou Ecologia Espiritual, ensina que 'por detrás de uma aparente acção mecânica de forças físicas no planeta estão causas e forças espirituais'. Não pudemos esquecer que há um importante impacto da soma dos pensamentos e desejos humanos sobre a fisiologia planetária. A própria forma como tratamos barbaramente os animais, com a consequente emanação de emoções de intenso sofrimento na “atmosfera astral”, concorre para o avolumar de tensões magnéticas. Estas emanações irão somar-se ás tremendas forças acumuladas pela actividade mental e astral da humanidade, acabando por perturbar o equilíbrio vital do planeta. Todos os pensamentos tenebrosos e as emoções negativas emanadas pelos seres humanos e pelos animais em sofrimento desencadeiam autênticas convulsões na face de Gaia.

A dura fase da transição planetária pode ser amenizada pelos pensamentos de paz e sentimentos de compaixão para com tudo o que vive. Aos poucos, a humanidade irá descobrir que tem muito a ganhar se proteger, cuidar e aprender a escutar os seus companheiros mais novos. Religarmo-nos com Gaia e com todos os seus reinos é encontrar de novo o caminho da harmonia, da beleza e da sabedoria."

domingo, julho 03, 2011

Depoimento De Luiz Carlos Prestes Filho - Amor & Revolução


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Minha resposta a um comentário infeliz (não consegui postar no Youtube essa minha devida resposta a um idiota):
A fim de esclarecer àqueles que não sabem do que se trata o livro, informo que "A Coluna Prestes", da professora Anita Leocadia Prestes, publicado pela Editora Brasiliense e pela Secretaria de Estado da Cultura de SP em 1990, é a defesa de sua tese de doutorado em História Social da Universidade Federal Fluminense, para cujo desenvolvimento do projeto de pesquisa foram concedidas bolsas e dotações do CNPq e da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. Esse trabalho acadêmico é uma análise histórica de fatos do final da República Velha, dos anos 20 e do Tenentismo, que culminou na formação da Coluna Prestes, "um exército com características populares" , um movimento social inédito no Brasil, que viria canalizar descontentamentos em várias partes do País, revelar a pobreza no campo, mobilizar a opinião pública urbana e tornar-se um dos fatores que culminaram na Revolução de 1930.

sábado, junho 25, 2011

Presente!

Meu nome é Presente!

Sou um viralata lindo!
Meu pai me achou na rua, molhado, imundo e cheio de pulgas, num dia muito frio, cedinho, quando eu ainda tinha dentinhos de leite.
Ele perguntou aos pedreiros de uma obra na rua se eu era de alguém e eles contaram para ele q não, q eu era filho de uma cadela da rua mesmo, q teve uma ninhada de 3, mas os outros 2 morreram. Os pedreiros disseram q minha mãe tinha sumido e eles não sabiam o q tinha acontecido com ela.
(Essa conversa toda com os pedreiros pq eu e meu pai ainda não sabíamos falar a mesma língua.)
Meu pai me pôs no porta-malas do carro e me levou pra casa.
Bem, o resto é uma linda história!



Minha mãe tem outros 4 cachorros, 3 viralatas grandes e uma fox paulistinha, todos castrados, menos eu.
O caso é q minha mãe quer muito ter netinhos, pois muita gente já encomendou cãezinhos descendentes meus, dadas às minhas características físicas, psicológicas, intelectuais, emocionais, morais, etc.
Modéstia à parte, sou especial mesmo! Eu até leio pensamentos!
Minha mãe só conseguiu arrumar 2 namoradas pra mim, mas uma não ficou prenha e a outra estava no 11º dia do ciclo! Não quis saber de mim de jeito nenhum, eu fiquei atrás dela o dia inteiro, desesperado, mas nada... Só depois de devolvida a minha namorada às suas donas, é q elas nos contaram q já se tinham passados tantos dias do cio...
Está muito difícil arrumar namorada, pq cachorrinha viralata pequena quase sempre é castrada, e de raça os seus donos nem cogitam em me dar a sua mão, ops, pata...
Minha mãe até comprou uma fox paulistinha, a Tulipa da Pedra de Guaratiba, mas ela teve problemas no útero logo após o 1º cio e teve q ser castrada. Hoje somos grandes amigos e irmãos (na verdade, ela é ciumenta e encrenquinha, como toda irmã mais nova...)
Será q por aqui não tem uma linda cachorrinha, do meu porte, querendo formar uma família? Uma ninhada só! Por favor!



Sou de BH!

Já ia me esquecendo de dizer q sou de Belo Horizonte...
Então, minhas pretendentes têm q morar por aqui.

quinta-feira, junho 23, 2011

De um papo com um amigo depois dos "Estados Psicológicos da Alma"

Quando li Madame Blavatsky dizer sobre os níveis do espírito após a morte, imaginei mais ou menos isso q está nesse vídeo, q o último estado vivenciado se prolongaria por um tempo, até se desmanchar, como se desmancha o corpo físico.
Esse estado seria a alma, a personalidade, da pessoa, com nossos desejos e emoções. Já o espírito, imortal, não carrega a personalidade após a morte. Assim entendi os ensinamentos dela.
O 1º a se desmanchar seria o elam, depois o corpo físico, depois a alma. E cada camada morre em tempos diferentes. O elam, ou sopro vital, perdemos rapidinho, depois, o corpo físico, q leva até algumas horas (por isso podem ser replantados órgãos desse corpo), depois o corpo astral, q ela chama de alma, e fica o espírito, q não morre. O espírito é eterno e se mistura ao espírito divino, como uma gota de água se mistura ao mar.

Sei lá se ela disse desmanchar, talvez ela tenha escrito morrer e se dissolver, sei lá...
Ela faz uma diferença entre alma e espírito.
É uma imagem muito interessante q ela nos dá sobre os 7 corpos de q somos formados, q por sua vez tb são subdivididos. Mas, não importa, o q ela disse, em resumo, é q temos um corpo físico, de matéria, um corpo de emoções e desejos, q é a alma, e um corpo superior, q é o espírito.
 
Uma coisa q li em um livro dela q muito me tocou foi q nos esquisofrênicos, o espírito já se separou da alma e do corpo físico e voltou para o mundo divino. Nos esquisofrênicos, apenas estão vivos o corpo físico e a alma, com a personalidade do indivíduo. Muito interessante essa visão e sempre penso nessa imagem quando penso no Franz, pq, definitivamente, ele não é mais aquela pessoa de antes, parece-me q ficou um corpo perambulando, com emoções, desejos e fantasias, mas sem o dicernimento do espírito.
Bom, isso são conjecturas...

quarta-feira, junho 22, 2011

Balanço

Faço o q gosto, sempre fiz o q gosto, mas mesmo fazendo o q gosto, não me sinto realizada.
Fiz muitas coisas na vida, intensamente, consegui algumas vitórias e colhi alguns frutos bons, mas sinto-me fracassada profissionalmente, sem dinheiro, sem perpectivas para o futuro e sem esperança.
Não sei o q fazer com o resto de anos q eu ainda tenho pela frente...
Estudar mais, pra quê?  Alemão, filosofia? Pode ser...
Ralar num trabalho não gratificante? Prefiro ficar em casa com meus cachorros...
Trabalho voluntário? Já fiz muito, hoje não posso mais, já gastei muito de minha energia e de minhas economias... Só se fosse algo mais sossegado, sem custos operacionais...
Estou à procura de paixões em q possa mergulhar de cabeça, às quais possa me entregar, dentro de minhas limitações físicas de hoje, quando minha força e saúde são as de uma mulher menopáusica.
E não posso dispender nenhum recurso financeiro para alavancar nenhuma atividade, nem voluntária e nem como um negócio, pois estamos em uma fase de nos preocupar muito com nossas aposentadorias...
Tenho a sensação q vivi sempre como uma cigarra, e q agora olho para os amigos q viveram como formigas...

segunda-feira, abril 18, 2011

Vovô Chico - na Usina Hidrelétrica do Bonga

Foto de Franz Joseft Herrmann, ou Francisco Herrmann, o Chico Alemão da Usina Esperança (Vovô Chico) no Bonga, na Usina hidrelétrica que ele montou.


Década de 30 do séc. XX. Foto provavelmente de sua própria autoria, já que ele possuía equipamento fotográfico com temporizador, segundo o Bube.
Existe cópia desta foto na casa da Mamãe, e possivelmente ainda haja o negativo lá guardado.

domingo, abril 17, 2011

Bolo Colesterol

Uma vez fiz um bolo com meio kg de nata do leite da Pintura, batizei-o de Bolo Colesterol.
Minha tia Zaíra e seu pessoal vieram lanchar em minha casa e ela disse q NUNCA comeu um bolo tão gostoso!


Como só faço bolo no olho, não anotei.
Mas foi mais ou menos assim:







Bolo Colesterol

1/2 kg de nata
3 ovos inteiros
2 xícaras de açúcar
3 xícaras de farinha de trigo
1 colher de fermento
Misturar tudo e por numa forma untada com manteiga (sempre unto com manteiga e não com óleo) e pulverizada com açúcar cristal.
Forno médio pré-aquecido.


Torta de Ricota da Madrinha Hilda

 Madrinha, com as luvinhas que levei pra ela, tomando cerveja sem álcool - e depois dizia q estava tonta...



    Torta de Ricota da Madrinha Hilda

 
1 pacote de bolo Santista limão
1 copo pequeno leite

Faz a massa e põe numa assadeira.

Bater no liquidificador:

1 lata leite condensado
1 ricota (em pedaços)
3 ovos

Por por cima.

Forno.
Esperar corar e pronto!


domingo, março 20, 2011

Nossos queridos cachorros

Amo cães, e sempre tivemos cães, gatos e coelhos, enquanto morei em casas, desde solteira até depois, durante a infância de meu filho. Tive inclusive uma Doberman que aprendeu a fazer coisas que não consegui ensinar a meu filho Augusto, como guardar os brinquedos depois de brincar. Mas depois de passar a morar em apartamentos, que ficavam sem ninguém a maior parte do dia, minha vida ficou sem a companhia canina durante muitos anos.

Adquirimos um sítio, e lá pudemos ter vários cães, gato, égua, vaca, galinha, etc. Mas só os víamos nos finais de semana. Até que, num dia chuvoso e frio, estava eu lendo os jornais depois do café da manhã, quando meu marido retorna logo depois de sair, entrando na sala e dizendo: "olha o presente que achei na rua" (era dia de seu aniversário). Era o Presente, um vira-latas pequenino, de uns dois meses, todo molhado, sujo e cheio de pulgas. Segundo os pedreiros da obra em frente ao escritório onde meu marido tinha uma reunião, sua mãe, vira-latas sem dono, tinha sumido, e da ninhada de três era o único sobrevivente. Estava vagando sozinho, tentando subir os degraus do passeio, atrás de uma empregada com um saco de pães que entrou e fechou o portão atrás de si. Virou o reizinho da casa, a criança bagunceira que viria encher nossa casa, já que a filha de meu marido já estava casada e meu filho morava com o pai. O Presente é tão lindo, tem um ótimo temperamento, e é tão especial que várias pessoas nos pediram filhotes, mas nunca consegui achar uma namorada adequada ao seu tamanho. Quem se interessar em vê-lo, ele está nos álbuns dos sítios basta clicar nos links abaixo:

http://www.pelosepatas.com.br e http://www.vidadecao.com.br

Quem tem cadelinhas de raça não quer saber de um genro vira-latas, e também não achei quem tivesse uma vira-latas do tamanho dele que quisesse acasalamento. Tentei sítios e ong´s que fazem doações, mas eles só doam castradas. Então, virei uma verdadeira cachorreira, procurando uma Jack Russel ou uma Terrier Brasileira para companheira do Presente. Escrevi mails e dei telefonemas para vários canis, tentando encomendar uma filhotinha, até que comprei uma terrier brasileira, a Tulipa da Pedra de Guaratiba. A chegada da Tulipa foi esperada ansiosamente, até que, finalmente, ela estava em casa, em 2006, e desde então, tornou-se a companheira de sempre do Presente, ora brincando, ora "enchendo o saco".

Infelizmente eles não tiveram os filhotinhos "encomendados" pelos amigos, pois tivemos que castrar a Tulipa devido a uma piometra.

Temos mais outros 3 cães vira-latas na roça, a Peta e seus 2 enormes filhos, escapulidos antes que eu pudesse castrá-la, logo após o seu primeiro cio. A Peta também foi adotada, de um aterro sanitário de uma cidade da nossa região metropolitana.

Cães vira-latas adotados são uma dádiva dos céus que caem em nossas vidas! Eles nos enchem de alegria, são companheiros pra toda hora, tomam conta de nós e de nossas casas e são super-amorosos. Nós recebemos deles muito mais do que damos a eles em atenção e carinho!

Hoje, todos os nossos 4 cães são castrados, à exeção do Presente, que já tem 8 anos. Quem sabe se ele ainda arruma uma namorada?

segunda-feira, março 14, 2011

POLITICAMENTE INSUPORTÁVEL

Repetindo a postagem...

Recebi certo dia de uma amiga um e-mail com o texto abaixo, que não sei quem é o autor.
Minhas respostas seguem logo depois, e deram início a uma série de correspondências de amigas concordando comigo.


POLITICAMENTE CORRETO É O ESCAMBAU

O cravo não brigou com a Rosa
Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia
desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo
brigou com a Rosa. A explicação DA professora do filho de um camarada foi
comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a Rosa - a mulher - estimula
a violência entre OS casais. Na nova letra “o cravo encontrou a Rosa/
debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a Rosa ficou encantada”.
Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha
Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a Rosa faz parte de uma
suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no
folclore brasileiro?
É Villa Lobos!
Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha
infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça
quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda
está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal
agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a
febre passar/ A Lelê vai estudar.
Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca
Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até
registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia
Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.
Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música
desperta nas crianças o desejo de maltratar OS bichinhos. Quem entra na roda
dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com
um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é pobre ou Rico de
marré-de-is, para não despertar na garotada o sentido DA desigualdade social
entre OS homens.
Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não
procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google DA Aruanda] foi
espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de homossexual.
Qual é o problema DA frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de homossexual.
Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em
mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa
DA preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o
valha. Homossexual, diria o velho.
Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais
pode usar a expressão coisa de homossexual ? Que me desculpem OS paladinos DA
cartilha DA correção, mas isso é uma tremenda burrice. O politicamente
correto é a sepultura do bom humor, DA criatividade. A
expressão coisa de homossexual não é, nem a pau , ofensa a
homossexual algum.
Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de
chácara de baile infantil - de deficiente vertical . O crioulo - vulgo
picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de
afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um
cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia -
aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia
pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a
dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos DA contemporaneidade. O
gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca,
baleia assassina e bujão - é o cidadão que está for a do peso ideal. O
magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia
Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e
pouca telha.
Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho.
Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades
especiais… Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido,
essa tradição fabulosa do Brasil.
O recente Estatuto do Torcedor quer, com OS olhos gordos na Copa e 2014,
disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o
juiz tomar banho e o centroavante pereba pedir licença para sair...cantaremos nas arquibancadas o allegro DA Nona Sinfonia de Beethoven,
entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.
Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O
sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que
dobrou o Cabo DA Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá
mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira DA sepultura.
A velhice agora é simplesmente a “melhor idade”.
Se Deus quiser morreremos, todos, gozando DA mais perfeita saúde. Defuntos?
Não. Seremos OS inquilinos do condomínio Cidade do Pé Junto.
P.S. - Notícia de última hora : Monteiro Lobato também está na mira. O Sitio
do Pica Pau Amarelo terá que ser reescrito !
PASMEM !!!!!!!



Pois é!

Minha bi-tataravó Maria Araújo era negra forra vendedora de balaio (e outras coisinhas mais...).
Eu era descendente de preto.
Agora sou afrodescendente!
D. Eugênia, querida amiga da família, de 90 anos, era preta, agora é afrodescendente!
Aleijado e cego viraram portadores de nescessidades especiais.
Mongolóide virou portador de síndrome de Down.
Tudo com um nome enorrrrrrrrme!

Fui a SP semana passada visitar a netinha.
Assisti um DVD dela do Chapeuzinho Vermelho (desenho japonês, com aqueles olhos arregalados).
O Lobo Mau NÃO COME a Vovozinha!
E o caçador NÃO MATA com espingarda o Lobo! Aliás, NEM TEM caçador NEM espingarda!
Que mundo mais cor-de-rosa impossível!
Como as crianças poderão lidar com os infortúnios da vidinha nossa de cada dia?
 E com os Infortúnios com letra maiúscula que podem nos acontecer eventualmente?
E se a Vovozinha de verdade (euzinha) morrer?
 Quer dizer que eu posso, mas a Vovozinha do Chapeuzinho não?

E, pra completar, o Quincas é ambientalista desde a década de 70!...
 Ele e mais 2 foram os primeiros advogados ambientalistas de Minas...  Coisa de viado...
Coisa de viado? kkkkkkkkkk

Mas e a melhor idade?
Melhor idade putaquiopariu!

Minha melhor idade já passou, com tendência a piorar. Como pode virar melhoridade?
Mulher "menopáusica" vive num limbo.
Já não sou 'o que era' e nem cheguei na melhor idade pra não entrar na fila e pra receber o delicado oferecimento de um lugar para sentar...
Tenho que ficar em pé mesmo, com dor nas pernas, dor na coluna e dor no humor!
Tenho tentado a experiência de andar com bengalas, pra ver se consigo alguma regalia.
Acho até muito elegante, charmoso, diferente, chamativo, quase espalhafatoso, como braço engessado nos tempos de criança. Mas o Quincas cortou essa minha...
Mulher "menopáusica" é gorda, precisa de plástica, vive cansada, não pode se fartar de chocolate, sorvete e mousse, não consegue dançar rock como uma verdadeira representante da geração rock'n roll anos 80. Anos 80 porque é com essa que me identifico - antes da aids (depois da aids tudo encaretou).
 Nem consegue usar saltos altíssimos quando a situação e a cabeça urgentemente requerem.
E ainda morro de calor!
Nada do que vejo nas lindas vitrines e nas revistas serve pra mim, nem no tamanho, nem na "conveniência".
Não convém mesmo, certas roupas, cores e estampas, só para artistas, e ainda com 'licença poética'.
- Só que eu não sou nada conveniente. (Minha cabeça.)
Melhor seria ficar no clássico. No neutro. Discreto. Basiquinho.
Até Marina Colassanti disse numa entrevista que não convém mais usar o mesmo corte de cabelo que usava...
Mulher menopáusica perde a sexydade, mas mantém a sexualidade, infelizmente - numa situação dessas, seria melhor perder ambas, para que o fenômeno sexualidade passasse a não ter mais relevância.
Meu gráfico de apreciação da vida está em curva descendente.
 É impossível essa curva subir num repente, como num choque econômico que dá certo.
Será que nos próximos 5 anos vou passar por um choque heterodoxo?

E ainda chamam a vida de uma mulher depois dos 60 de melhor idade.
Acreditar que vou viver isso de melhoridade está me parecendo a história do Chapeuzinho Vermelho japonês...

Um bj pra vc,
     A menô Nina

Mas esse papo é minha indignação contra o papo politicamente correto e a mania atual de chamar 3ª idade de melhor idade.
Melhoridade coisa nenhuma! Já tive melhores idades!
Enchi o saco de ver pintarem a velhice (pois é assim é que se fala) toda cor-de-rosa, um período maravilhoso, com aposentadoria garantida e tempo de sobra pra passear, viajar de navio, andar, dançar, fazer ginástica em parquinhos. Putaquiupariu. Quero mais é deitar o cabelo no asfalto.
E detesto ginástica!
Sou uma beatnik tardia, tentando entrar na 3ª com coerência.
 Pô, nem beber muito posso mais... remédios, glicose, o bagarai (segundo Bala e amigo de Bala, seguindo jovem feicibuquiano, (ou caraleo, como disse um orkuteiro)).

terça-feira, março 01, 2011

Saudades de Lídia Estanislau...

Sentimento I




Vagalume era memória:
coisa da infância.
Até que de repente
no outubro dos trinta
e três anos me
disponho a
vagalumear
com a necessária calma.




A pele,
a boca,
o ouvido,

o nariz,
o olho


piscam
acendendo e apagando o
coração da terra.

Tinha uma fogueira
estalando inda pouco,
uma lua quebrada sangrando a noite
e todos os sentidos em alerta
vermelho.


de Lídia Estanislau


http://www.armenguepress.blogger.com.br/2004_01_11_archive.html#19118354




sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Os portugueses é que estão certos: a palavra correta é telemóvel

Tive q trocar um cel velho, daqueles q não eram GSM, e me deram um q não gostei, pq só pegava em Minas. Pesquisei e descobri pq (a Vivo opera em Minas com uma frequência diferente do resto do país). Reclamei muuuuiiiiito e consegui um monte de pontos pra trocar por outro celular, agora "quadriband". Fui lá e troquei por um com GPS.
No mês seguinte minha conta foi lá pra estratosfera.
Deletei tudo quanto era endereço de rede do tal cel.
Agora, não pega mais GPS...
E o cel não pega e nem nunca pegou dentro da minha casa nem no sítio.

Ai, saudades do meu velho telemóvel...


terça-feira, fevereiro 22, 2011

Trem do Sertão

Meus bisavós foram com 3 filhos de Áqua Quente (sertão da Bahia, ao sul da Chapada Diamantina) pra MOC, e de lá vieram de trem pro Quadrilátero Ferrífero, em Santa Bárbara, que era o final da linha...

 http://www.youtube.com/watch?v=9S9IcmcMGF4

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Deolinda - Que Parva Que Sou (Legendado)

Caí do mundo - E a conversa rendeu...

Em 10 de fevereiro de 2011 22:16, A escreveu:


Prima querida,
Ainda vou ler um livro escrito por você heheheheheh
Adoro !!!!! Vibro com o que vc escreve !!!!
Beijos


Querida A,

A sua torcida me leva às alturas!

Não sei porque quando escrevo algo q penso, me dá vontade de mandar pra vc...
Deve ser a mesma vontade que tia Z tem de mostrar pra gente ler o q ela escreve.
Acho q escrever deve andar juntinho com ler.

Mas R não gostou. Vou encaminhar pra vc nossa troca de e-mails.

Vc está viajando, ou viajou?
Li no feicebuque a Vera te perguntando se já tinha chegado.

Com saudades,
um abraço bem gostoso
da Nina


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: R

Ei Nina,
recebí esse texto pela nossa prima. É uma outra postura sobre o assunto q vc escreveu e embora a gente sempre guarde algumas coisas como recordação acho q se guardarmos quase tudo ficaremos quase sem movimento criativo, pesados demais, travados demais, sem energia demais. E o pior, QUEM VAI LIMPAR?????? bj

"DESTRALHE-SE"

-"-Bom dia, como tá a alegria"? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar.
-Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!" e ela me apertou.

Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar".
Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada".

Já ouviu falar em toxinas da casa? Pois são:
- objetos que você não usa,
- roupas que você não gosta ou não usa a um ano,
- coisas feias,
- coisas quebradas, lascadas ou rachadas
- velhas cartas, bilhetes,
- plantas mortas ou doentes,
- recibos/jornais/revistas, antigos,
- remédios vencidos,
- meias velhas, furadas,
- sapatos estragados...

Ufa, que peso! "O que está fora está dentro e isso afeta a saúde", aprendi com dona Francisca.

- "Saúde é o que interessa. 
O resto não tem pressa"!, ela diz, enquanto me ajuda a “destralhar”, ou liberar as tralhas da casa...

O 'destralhamento' é a  forma  mais rápida de transformar a vida e ajuda as outras eventuais terapias.
Com o destralhamento:
- A saúde melhora;
- A criatividade cresce;
- Os relacionamentos se aprimoram...

É  comum se sentir:
- cansado,
- deprimido,
- desanimado, em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos".

Outros possíveis efeitos do "acúmulo e da bagunça":
- sentir-se desorganizado;
- fracassado;
- limitado;
- aumento de peso;
- apegado ao passado...

No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga;
Na entrada, restringem o fluxo da vida;
Empilhadas no chão, nos puxam para baixo;
Acima de nós, são dores de cabeça;
Sob a cama, poluem o sono.

-"Oito horas,  para trabalhar;
 Oito horas,  para descansar;  Oito horas,  para se cuidar."

Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:
- Por que estou guardando isso?
- Será que tem a ver comigo hoje ?
- O que vou sentir ao liberar isto?

...e vá fazendo pilhas separadas...
- Para doar!
- Para jogar fora!

Para destralhar mais:
- livre-se de barulhos,
- das luzes fortes,
- das cores berrantes,
- dos odores químicos,
- dos revestimentos sintéticos...
e também...
- libere mágoas,
- pare de fumar,
- diminua o uso da carne,
- termine projetos inacabados.

"Se deixas sair o que está em ti, o que deixas sair te salvará... 
Se não deixas sair o que está em ti, o que não deixas sair te destruirá",
"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental. 
O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.

Dona Francisca me conta que: "as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo"... a gente deveria de ser assim, ela diz.
-"Destralhar ajuda a adocicar."
Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...
      Texto: CS


Acho q sei quem é esse autor.
 É um arquiteto "alternativo". O sabetudo das eco-espirito-astral-arquiteturas.

Mas identifico-me mais com o outro texto.

E meu movimento criativo tem a ver com os objetos e os lugares de minha memória.
Tem a ver com os meus saberes, e definitivamente eles não me fazem mais pesada nem travada.

Somos diferentes. Pensamos diferente. Agimos diferente. "Guardamos" diferente.

Um bj,
Nina


Aí, A,

Leia o e-mail, q por sinal é muito bonito, mas q nesse contexto ficou parecendo uma lição de moral pra mim. 

Acho q ela ficou mais presa aos objetos q tenho na minha casa, do que no tema do texto que me inspirou: a atitude mental de "aproveitar tudo", não desperdiçar, na qual fomos criados, nós de nossa geralção, em contradição com o mundo descartável em que vivemos hoje.

Pra mim não resta dúvida q nossa geração é uma ponte entre o mundo conhecido e o mundo instantâneo, entre o mundo sólido e duradouro e o mundo instável.
Outro dia mesmo fiz um trocadilho com uma amiga no feicibuque com o fato de que não "ficávamos ficando" quando jovens.

Nossa geração procura assimilar esses 2 mundos, não é simplesmente entender, nós assimilamos mesmo, alteramos nosso modo de interagir com o mundo. Fomos criados ainda com resquícios do ambiente do seriado "Papai Sabe-Tudo". Pra nós esse ambiente não foi um passado longínquo, ele entranhou em nossa formação.
 E a partir de aproximadamente 1980, tudo começou a mudar muito rapidamente. E nós fomos absorvendo a mudança em nós mesmos. Vivemos os 2 modos de pensar. O cérebro dos de nossa idade funciona analógica e digitalmente.

Já nossos filhos são totalmente inseridos na era do tecno-virtu-digi-rápido. A figura q me vem à mente pra descrever nosso tempo atual não é nem movimento, é mudança. Vivemos numa contínua mudança.

Minha mãe é muito moderna e despachada, mas ela não foi totalmente solicitada a funcionar digitalmente, na contínua mudança. Ela usufrui desse mundo rápido, mas o modo de pensar dela é estável. Ela não é requisitada a bruscas reviravoltas mentais.

Não sei se estou me fazendo entender.
 Vamos imaginar o que é conhecer uma vitrola ou um aparelho de som para os que nasceram antes da década de 50.
 Vamos imaginar o que é conhecer um aparelho de som e um iphone e ipad para os que nasceram da metade do século 20 até meados da década de 70.
 E vamos imaginar o q é conhecer todos os aparelhos smartphones e ipads q vão surgindo a cada ano para os que estão na faixa dos 30 anos pra baixo.

Nesse exercício de imaginação notamos a sutileza (nada sutil) da forma pensante.
Nessa diferença da forma pensante é que reside toda a questão.
 A estrutura mental, como se pensa, como se vê, como se interage, como se age, enfim, tudo é diferente entre o antes e o depois do mundo tecno-descartável.
 E nós ficamos no meio. Nós pensamos, vemos, interagimos, agimos, das 2 formas.
 Essa é a questão.

É sobre isso q a crônica do cara, e a minha ponderação posterior, trata.

O guardar muito ou pouco objeto de recordação e coisas velhas é um detalhe.
 Eu guardo muito. Minha amiga pode guardar muito pouco, mas nós 2 sentimos essa mesma sensação de estarmos sempre sendo solicitadas a pensar das 2 formas, a estável e a instantânea, a duradoura e a descartável, a analógica e a eletrônica-nano-digital.

Nossos pais eram do tempo das ciências humanas e das exatas.

O tempo atual é o no qual a física e a química se misturaram, o mundo é relativo, instantâneo e descartável.

E nós, nós funcionamos com a dupla voltagem.

Bjs,
N







quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Correspondência entre amigas - nós é que somos de uma geração de alfabeto inteiro, mais alfa, beta, gama, ômega.

Elisa e Eneida,

Adorei essa crônica!

Eu tb caí do mundo...
Todo final de ano sofro com os conselhos q chegam por e-mail, pessoalmente, pela net, pela tv, de q precisamos nos desfazer do velho pra deixar entrar o novo, q precisamos arrumar os armários, jogar fora papéis velhos, desfazer-se de todas as roupas q não usamos durante o ano...
Como, se ainda uso sapatos e roupas de mais de 30 ou 40 anos q herdei de minha madrinha, como, se conserto roupas que ganhei de primas na máquina de costura Singer que foi de vovó Cherubina que foi trocada pelo vovô Chico pela vaca que ela levou de dote quando casou, como, se minhas melhores bijouterias são os colares e broches que vovó Cherubina e sua amiga vovó Margarida me deram, pois jóias, as que herdei de vó e mãe ladrão levou, como, se cada caderno do primário de Augusto que eu vejo ao arrumar prateleiras eu torno a guardar porque acho importante, como, se cada enfeite de minha sala é uma lembrança de uma pessoa ou de um lugar importante, como, se ao olhar meus armários de cozinha encontro carretilha de pastel, ferro de rosa gaúcha, forminhas de empada, que nunca vou usar mas tenho orgulho de dizer que sei fazer?
Não dá pra jogar fora minhas lembranças, meus saberes, minha vida, o que eu sou...
O cúmulo do cúmulo que eu fiz muito foi serzir meias finas de nylon, com um fio tão invisível que ficava parecendo um arranhãozinho na perna... Essa fui eu que inventei, e tinha orgulho de mostrar!
Outra, foi madrinha: me ensinou a cortar a perna da meia calça que furou pra emendar com outra da mesma cor.
Essas coisas eu parei de fazer a muito tempo, assim que decidi fazer um tapete de crochê de meias de nylon. E desde então eu tenho uma gaveta só para meias de nylon furadas...

A propósito, ainda tenho os presentes que vocês me deram em 1978: o conjunto de chá de louça branca q Eneida me deu é para servir minhas visitas, e o carrinho de legumes que ganhei da Elisa, mamãe me tomou quando vendi meu apartamento em Santa Tereza e está na cozinha da casa dela até hoje.

Caí do mundo, mas ainda sigo correndo e pego carona nele andando, com minhas coisas e meus trens todos, e fico com aquela sensação de que não posso perder nada, tenho que entender de tudo. Será por quanto tempo que minha cabeça vai caber tanta coisa? Depois falam de geração y, nós é que somos de uma geração de alfabeto inteiro, mais alfa, beta, gama, ômega.

O que há em mim é sobretudo cansaço, parodiando Álvaro de Campos:
http://ninahbh.blogspot.com/2010_01_01_archive.html

Bjs pras 2,
Nina



Em 10 de fevereiro de 2011 10:20, Elisa escreveu:
 

 caramba...faz tão pouco tempo e nós já fazemos parte desta memória tão longinqua....   
 
 bjs,  elisa


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O que acontece comigo, que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte, só porque alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco?

Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos,
pendurávamos no varal junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujas.

E eles, nossos nenês, apenas cresceram,  tiveram seus próprios filhos e se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Entregaram-se, inescrupulosamente, às descartáveis!

Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os
defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso.

Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, eu me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta.

O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que
acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades.

Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez.

Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida!

É mais! Compravam-se para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça.

E acontece que em nosso, nem tão longo casamento, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes.

Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar.

Nada se arruma, não se conserta. O obsoleto é de fábrica. Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu
algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas: o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os seleiros?

Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade.

Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos carros e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava.

Desse tempo venho eu. E não que tenha sido melhor... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já tem um novo modelo".

Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado... E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas... por amor de Deus! Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real.

E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher, a mesma e o mesmo nome? Educaram-me para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Porque, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir.

Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô.

Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular  poucos meses depois de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas?

Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres. A terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres.

E guardávamos... Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrigerantes!!! Como, para quê? Fazíamos capachos, colocávamos diante da porta para tirar o barro dos sapatos. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola.

Tuuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar isqueiros descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para isqueiros descartáveis. E as Gillette até partidas ao meio se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de fiambre, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave.

E as pilhas! As pilhas dos primeiros radinhos transistores passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim.

As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis.

Os jornais!!! Serviam para tudo: como de forro para as botas de
borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisas
para enrolar. Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um embrulho de bananas. E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Cosmopolita era a marca de um fogão que funcionava com gás) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um val ete de espada que dizia "esta é um 4 de paus".

As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo.

Eu sei o que nos acontecia: custava-nos muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem matá-los tão-logo aparentem deixar de ser úteis. Aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!!

E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, nos disseram: comam o sorvete e depois joguem o copinho fora! E nós dizíamos que sim, mas, imagina que a lançávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as rolhas de cortiça esperavam encontrar-se com uma garrafa.

E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!! Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o casamento e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objetos com pessoas.

Mordo-me para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer! Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno. Não vou dizer que aos velhos se declara a morte quando apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com gel no cabelo e glamour.

Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se
misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à bruxa, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar neste mundo da reposição e corro o risco de que a bruxa me ganhe a mão e seja eu o entregue...

Autoria atribuída a Eduardo Galeano, jornalista uruguaio, escritor de "As veias abertas da América Latina"