sábado, janeiro 29, 2011

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Considerações sobre a moda da cachaça

Acho bom e acho ruim.

Acho ruim pq o preço subiu desde q virou coisa chique.

Acho bom pq não passo mais constrangimento quando tô fora do meu circuito.

Mais ou menos em 1985, fiquei em SP na casa de uma amiga do Vale do Jequitinhonha, produtora de músicos q tinha se mudado de BH. No domingo fomos pra uma praça onde tinha uma feira de bugigangas e antiquidades, onde apareciam muitos amigos músicos mineiros. Lá fica (ou ficava) o Chico Mineiro, com mesas lotadas até a calçada. A gente reservava mesa pra almoçar e ficava aguardando na praça. Comprava-se bebida no bar do restaurante em copos descartáveis e ficava-se à espera de lugar na praça, conversando fiado. Fui ao bar e meu primeiro pedido foi 2 doses de alguma de Salinas (sempre peço bebidas e sobremesas em dose dupla, pq sei q vai ter filão). 2 paulistaninhos emperdigados no balcão ficaram me olhando como se eu fosse uma bbb (não existia reality show, mas era "tipo bbb"). Fiquei com muita raiva, mas não armei um barraco pois estava sozinha, fora do meu pedaço, e fiquei insegura. Hoje esse tipinho de cara bobo acha chique ser um "coneceur" da boa e legítima bebida nacional.

Todas de Salinas são boas. Deve ser a terra boa pra cultivar cana pra cachaça.
Mas tem muitas cachaças de fora de lá que estão com excelente qualidade. Muitos produtores estão se aprimorando pra produzir cachaça de qualidade. Pessoalmente conheço 2 alambiques que são o que há.
Não curto cachaças aromatizadas com ervas, só se for como remédio. Aliás, pra cólicas menstruais ptra mim não havia melhor buscopan q ela, meu marido q me ensinou, e dizia q minha sogra (1900-1996), de Salinas, é q recomendava.
Prefiro tb as branquinhas às envelhecidas em tonéis de madeira, embora algumas amarelecidas sejam deliciosas.
A q elegi como mais gostosa em minha vida era uma tal de Tucaninha da tampinha azul (não existe mais, a tampinha azul. As últimas foram encontradas em velhas prateleiras de vendas do interior de Minas).
Hoje minha predileta é a Cristalina de Buenópolis (terra de outras grandes providências, quer dizer, cachaças). Depois, elejo a Bento Velho, de minha amiga professora doutora em ciências políticas aposentada alambiqueira. A BV, como diz o pessoal de Conceição do Mato Dentro. Muita sabedoria tem dentro de uma garrafa!