sexta-feira, setembro 20, 2013

Família sensata

Ao dizer q minha família é sensata, só posso rir... Sempre nos considero os doidos normais, nada do convenvional, e nada do extremo desajuste. Em alguns aspectos eu nos acho vangardistas, sem a falsa moral burguesa, e em outros momentos nos acho completamente pirados, cada um a seu jeito.
 Mas no geral, somos felizes.

 Mamãe tem uma cabeça ótima e vive bem a sua vida, mesmo com o peso irremediável de um filho doente mental.

 Minha irmã é muito educada, gentil e inteligente. Quando tinha 30 anos passou um ano em decisão se teria filhos ou não. Decidiu pelo não. Vive muito bem com o seu companheiro e os 2 têm uma vida feliz e confortável, sem problemas financeiros, e são muito sociáveis, engraçados, intelectuais, lidos, e relidos, instruídos, etc. etc. Bem in.

 O Bube é o hippie cinquentão, famoso por seu jeito aventureiro e tranquilo, bom amigo, meio gênio e meio doidão (mas não usa mais maconha há muitos anos, viu?...). Quando fica bravo, é igual a cachorro q late e não morde. Nunca pensou em futuro, aposentadorias, poupanças, patrimômios, heranças, carteira assinada... Vive totalmente no presente. Um presente tão longo q ele já perdeu a metade dos cabelos q tinha... Trabalha como consultor e designer numa fábrica de moveis de alumínio (bacana, veja em www.uccelli.com.br) e mora numa chácara no mato. Tem uma variant velha, uma mais velha ainda, uma camionetona, moto, canoa canadense e uns 5 vira-latas. Foi casado com uma grande bailarina e coreógrafa e depois viveu uns 15 anos malucos com uma q vive esperando contatos imediatos de 3º grau. Hoje tem uma namorada normal, bibliotecária, q ama fazer os passeios aventureiros com ele.

Estou contando isso pra vc ver como eles hoje são tão diferentes, com sonhos e projetos completamente diversos. E não combinam, definitivamente.
E pensar q quando jovens foram tão amigos, com a mesma turma, turma q me acolheu quando eu me separei muito nova e caí num mundo novo!

E eu no meio! Acho muito engraçado! A mais temperamental, sou a ponte.

Sou a ponte tb entre a família de meus tios e primos primeiro e segundo, uns íntimos, outros nem tanto. Outros só de internet.
É através de minha fala, de minha escrita e de meus convites q os vários grupos se falam, se afagam, se encontram, matam saudades, contam casos, fofocam, intrigam, trocam palavras de saudade e carinho.
 Tb arrumei brigas. Teve um primo q me cortou de todos os seus canais de relacionamento da internet pq sou de esquerda. Mas a filha dele, violinista do Rio Grande do Sul, vive me curtindo. Outra, mulher de primo segundo, beata católica (tipo daqueles encontros de casais) veio me aconselhar sobre coisas q eu "não sei" sobre política... E, claro, sobre a posição da igreja a respeito de aborto - por causa do medo da Dilma se eleger... Com minha resposta pra ela, com cópia pra marido, sogra - minha prima, e cunhados, ela me pediu desculpas. Parentes de meu marido tb já me cutucaram e levaram troco, uns, crentes, sobre a questão dos homossexuais, e seus próprios irmãos e primos caíram em cima deles quando viram q a "tia Nina" tinha tido coragem de retrucar pensamentos tão homofóbicos, e outro, bem aposentado q vive tirando onda de suas conquistas e do q acabou de adquirir, sobre o meu gosto por cachorros vira-latas, lembrando-me de quantas crianças precisam de atenção e leite. Ótima idéia! Sugeri pra ele começar a campanha na casa dele! Silenciou.

Assim é a vida. Eu a acho completamente louca! Isso, só falando no dia-a-dia. Pq se começo a pensar nas minhas minhocas mentais, se leio ou assisto uns pensadores, aí é q a vida fica mais completamente louca!



 Meus 2 sobrinhos já são adultos e indepententes. São uns amores, um é agente da polícia federal e conseguiu transferir-se pra cá, perto de nós, e o outro é mestre violonista  q acaba de voltar da Suíça e acho q vai conseguir se arranjar por aqui em BH, senão volta pra lá onde dava aulas e está entrosado.

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