quarta-feira, novembro 09, 2011

Minha máquina de costura Singer

Minha avó Cherubina dizia que sua máquina de costura Singer ficaria para mim, já que era a neta que sabia costurar.
 Herdei também os balainhos de costura e os apetrechos e livros de trabalhos manuais.

Essa máquina ela adquiriu por volta de 1930, quando apareceu na Usina Esperança, em Itabirito/MG, um homem vendendo uma Singer. Disse ela para meu avô Franz Joseft - o Chico alemão da Usina Esperança: Chico, corre lá e vende minha vaca pra comprar uma máquina de costura! A vaca foi o seu dote de casamento.
 
Minha avó sentou-me à frente da máquina com 3 ou 4 anos de idade, com um paninho, para aprender a costurar, em Ipatinga/MG, quando moramos lá, na época da implantação da USIMINAS, antes de 1960. Senti-me tão orgulhosa que lembro-me perfeitamente da ocasião, da posição da máquina em seu quarto, que dava para o quintal e recebia sol apenas pela manhã, o que fazia dali um ambiente agradável nas tardes quentes de Ipatinga. A janela aberta à direita iluminava bem a minha "área de trabalho" e minha mão direita rodava aquela roda, já que meus pés ainda não alcançavam o pedal no chão. Foi meu primeiro pedacinho de pano costurado! Alguns poucos anos depois, já em Belo Horizonte, eu costurava roupinhas para minha boneca e pegadores de panela e brancos saquinhos de anil para dar de presente de Natal para minhas tias e avós, verdadeiras ou por afinidade, que elogiavam o meu trabalho. Com isso, eu era sempre lembrada para ganhar os retalhos de tecidos e de tira-bordadas que sobravam. Aprendi com minha avó a cuidar da máquina, a usar o óleo Singer e a chamar o técnico da Singer para regular a máquina, dar uma limpeza interna e trocar a correia.
Quando era adolescente, antes mesmo de 1970, uma amiga e eu nos matriculamos num curso de corte e costura no Sesi e passei a costurar para mim, para agradar amigas, para meu irmão predileto ainda criança, e roupinhas para presentear bebês recém-nascidos.
Costuro em minha Singer antiga até hoje!


Mas o seu gabinete é muito feio e fraco, tem partes feitas até de eucatex, mas foi o único que consegui adquirir para substituir o outro, comido de cupim, que, por sinal, já não era mais o original. Mas aquele gabinete, encomendado por minha avó, foi feito com muito esmero por um antigo marceneiro na década de 70.

 Tenho muita vontade de adquirir um bom e belo gabinete de madeira, que esteja à altura de minha boa e velha máquina de costura Singer, que para mim representa muito mais do que uma bonita peça de antiquidade!!

4 comentários:

  1. Oi nina que legal a história. Conheço um marceneiro bom chama breno libório, dá pra achar no facebook. Abraço lucas

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  2. Obrigada, Lucas!
    Que bom publicar nossas abobrinhas e ter um amigo que lê e nos dá essa valiosa sugestão!

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  3. Que legal sua história!
    Principalmente porque sou de Ipatinga e tive um colega na escola com o mesmo nome do seu avô "Franz Josef". Será que é seu parente? rsrs. Espero que tenha conseguido um bom gabinete pra sua "Velha amiga". Muita paz! Rejane.

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    Respostas
    1. Ei, Rê!
      Nome bonito, não é? É o nome do Imperador da Áustria, casado com a Sissi, a Imperatriz.
      Foi o primeiro filme que assisti na vida, em Ipatinga! Levada pela minha avó Cherubina por causa do nome do meu avô. Mais ou menos em 1959...
      Não temos mais parentes por parte de meu avô já morreram todos. Somos só eu e meus 3 irmãos, meu filho e 2 sobrinhos.
      Paz pra você também!

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