Tenho só um filho, pq ele, inteligentemente, escapou, me enganando. Assim, fiquei grávida e muito feliz! Percebi com uma semana, pq meus mamás ficaram inchados e doendo anormalmente. Depois do tempo certo, fiz aquele exame de farmácia q confirmou o q eu já sabia e depois fiz o teste de laboratório. Só então contei para o pai dele, que, embora tenha dito q não queria filhos, ficou tão feliz quanto eu!
Minha avó, q só teve meu pai como filho, pois concordou com o desejo de meu avô alemão, ficava toda satisfeita por eu ter seguido o seu exemplo e dizia: "Mulher inteligente tem um filho só".
E eu digo q Deus dá o frio conforme o cobertor - se eu tivesse tido 2 filhos, teria cometido infanticídio...
Menino dá trabalho demais!
E olha q Deus me trouxe o Guga, que foi um bebê calmo e bem humorado, q não chorava (só quando machucava).
Foi uma criança excepcional desde pequenino, aprendeu a ler sozinho e aos 2 anos e meio escreveu sua 1ª frase no vidro embaçado pela chuva, no buraquinho de meu fusca.
Foi um menino curioso e super-inteligente, amoroso e sensível, do jeito q uma mãe temperamental como eu teria aguentado!
Devorava livros e revistinhas, em casa e na livraria infantil Miguelim.
Seu defeito - e provocação - era deixar espalhado pecinhas de playmobil pelo chão da sala, do quarto...
Algumas vezes, depois dos 9 ou 10 anos, ele me provocou a ponto de eu ter exagerado nas minhas atitudes, mas nada que ele não estivesse pronto pra aguentar.
Sempre foi um pouco diferente de seus primos e seus amigos, mas com uma sabedoria própria de saber que cada um é de um jeito.
Não deu trabalho na adolescência, além do que uma ligeira discordância comigo em alguns momentos, quando ele corria pra casa do pai, numa clara e pacífica afirmação de seu espaço e sua personalidade.
Ele é um herói por ter sobrevivido com tranquilidade a uma mãe ansiosa como eu...
Se eu tivesse tido um filho comum, este não teria saído ileso da experiância comigo... kkkkkkkk!!!!!
Fez seu 1º vestibular (sem meu conhecimento, senão não teria concordado) junto com colegas de classe, aos 16 anos, passando em 1º lugar em engenharia mecânica ou física, sei lá.
No ano seguinte entrou para o curso de física da UFMG e no 1º semestre se enturmou com o pessoal da astronomia, tornando-se monitor no telescópio da Serra da Piedade, em Caeté.
Depois de um tempo, desistiu de tudo e largou a faculdade, dizendo que nunca mais ia voltar e que seria auto-didata.
_Meu filho, algum curso vc tem q fazer, senão quando vc for preso vai ficar na cadeia comum!
_Vc quer q eu seja preso, mãe?
_Não, Guga, mas tem q fazer uma faculdade...
Chorei uma semana seguida e depois ele concordou comigo em irmos a uma psicóloga (eu tinha esperança q ela me ajudasse a convencê-lo).
Depois de algumas sessões, a psicóloga é que me convenveu que eu devia deixar ele resolver, que a vida era dele, e se ele não queria ir mais pra faculdade, eu deveria deixar...
Passados alguns anos, ele resolveu voltar, dessa vez pra fazer matemática computacional, e gostou do curso, formando-se com uns 3 ou 4 gatos pingados de turmas diferentes.
Começou a trabalhar depois de fazer um concurso de 2º grau, e ralou, acordando cedo, trabalhando em Contagem e indo pra aula na Pampulha.
Depois de formado, fez outro concurso, agora de 3º grau, e foi pra Brasília. Adeus, mamãe...
Fazer o que, né?
Logo depois noivou e casou-se com a Lud em 2009, quando ela terminou a especialização em saúde da família.
Ralaram sozinhos em Brasília, ele fazendo o mestrado e apertado com trabalho e faculdade, e ela sozinha e estudando pra concurso.
Compraram ap na planta e alugaram outro de frente pra obra, pra acompanhar a construção de sua casa.
Mudaram-se pro ap deles, ela passou num concurso pra funcionária temporária e ele resolveu fazer outro concurso.
Ele passou e tomou posse há 1 ano. Ela tomou posse há uns 4 meses e logo fez outro concurso pra ser efetiva em outro lugar e trabalhar 20 horas, pois quer encomendar outro neto pra mim.
Lud já tomou posse no outro trabalho e o Guga termina seu mestrado no fim deste mês de outubro.
Com isso, o aperto deles diminui um pouco.
E assim a vida vai...
Não sei quem o meu filho puxou ao optar por empregos públicos, mais seguros, pois eu sempre fui um passarinho solto voando de uma empresa pra outra até ficar stressada, e o pai dele é arquiteto autônomo até hoje.
Talvez o exemplo dos pais tenha sido determinante para que ele optasse por uma vida mais ancorada.
Mas lá vai ele, sempre independente, fazendo o que dá na sua cabeça, sem se importar com opinião alheia, embora sempre tenha ouvidos para nos escutar, a mim e ao pai dele. É muito centrado em si e sempre decidiu seu caminho.
Costumo dizer q o Guga é muito cabeçudo, desde q nasceu, quando era a maior cabeça do berçário. Quando tinha uns 7 anos, em visita ao Museu do Ouro em Sabará, a coroa de D.Pedro I só serviu em sua cabeça e na da professora.
Sempre faz o que ele mesmo decide.
Ainda bem.
Esse é o meu filho. Eu me orgulho demais dele!
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