O cigarro é um dos vícios
mais gostosos e mais difíceis de tirar do cérebro. Existe uma escala de 1
a 10 de nível de dependência e o cigarro está lá pelo grau 8. Parar de
fumar é um esforço sobre-humano que nos exigimos. Na maioria das vezes,
só faz com q o fumante se sinta frustado, aniquilado, por não conseguir.
Vou contar a minha experiência, pode ser q ela ajude algumas pessoas.
A 1ª vez q parei de fumar foi
instantânea, e consegui ficar sem ele sentindo-me maravilhosamente bem.
Foi quando eu "desconfiei" que estava grávida, com apenas 10 dias,
antes mesmo da confirmação do teste de farmácia e depois do de sangue,
de laboratório.
Sempre pensei que foi pq a
motivação foi muito grande, e ralmente foi enorme! Mas, na minha
opinião, é porque o cérebro da grávida e da mulher que amamenta é
bombardeado por hormônios. Eu me sentia em "estado de graça", oxitocina
pura! Ah, como eu gostaria hoje de ter comprimidinhos diários de
oxitocina. Ou oxitocina na veia! Deve ser esse hormônio, suponho.
Bem, passaram-se 2 anos e eu
comecei a ter umas aulas particulares de "cobol" com um amigo que fumava, para assumir um emprego
que eu concorri na seleção e passei. Um trago aqui, outro
mais tarde, e pronto: voltei a fumar essa delícia!
Depois de muitos anos fumando
novamente, tentei parar de fumar várias vezes, sem sucesso. Até que um
dia, meu cardiologista mostrou-me um programa da Pfizer. Resolvi tentar
e... no 12º dia do remédio, olhei para o meu cinzeiro cheio de guimbas
enoooooooooormes, e... pensei: eu estava acendendo cigarros e não
fumando, não tinha vontade de fumar! Dava um trago e apagava, achava
igual a papel, ruim.
Continuei a tomar os remédios
até o fim da fase do programa, mas nem precisei da fase de reforço, que
é para aquelas pessoas que têm recaídas. Esse remédio age no sistema
nervoso central e precisa de acompanhamento médico para realizar o programa.
Ele não deixa a nicotina fazer as ligação necessária para o prazer no
cérebro, por isso ele é eficaz. Essas bobagens de gicletes, adesivos,
etc, só fazem substituir a forma como a nicotina entra no cérebro, por
isso não funcionam, ou, se funcionar, o mérito é do cara que teve uma
força de vontade maior do que a necessidade da nicotina em seu cérebro.
Não fumo mais, e nem me
incomodo com o cheiro ou fumaça de cigarro. E nem fico enxendo o saco
dos fumantes, porque considero isso uma maldade, é desumano. Depois que a
sociedade faz o cara pensar que isso é "bacana" e ter sido bombardeado com
propagandas para reforçar essa idéia, ele se vicia e depois não
consegue parar. Eu cresci vendo meu ídolo maior, meu pai maravilhoso,
lindo de morrer, inteligentíssimo, espirituoso, o cara mais carismático
por onde ele passou, fato reconhecido por todo mundo que o conheceu,
fumar cigarros, cachimbos, charutos, e vendo minha mãe acompanhá-lo,
então comecei a dar uns tragos em seu próprio cigarro, assim como
bebericava em seu copo whisky, cerveja, etc. Aos 13 anos, já fumava
"escondido" com a turma da esquina e nos porões do Instituto de Educação
na hora de intervalos de aulas. Adolescente adora fazer coisas
escondido, isso é o normal. Aos 18 passei a comprar meus próprios maços e
a fumar abertamente, eu era bacana, igual aos meus amigos bacanas. Na
vida profissional, na faculdade, em todo lugar.
Tirar esse vício bacana, tão
gostoso e de tamanho poder químico sobre o cérebro é quase impossível.
Se for só na base da força de vontade, o cara é um super-homem!