terça-feira, junho 30, 2009

Correspondências sobre edelweiss, a estrela de prata

Recebi um presente de uma amiga por e-mail:

"Edelweiss, flor dos Alpes

MUITO LINDO E MUITO TRISTE... MAS MUITO EMOCIONANTE... VALE A PENA VER E OUVIR.
Não deixe de ver o arquivo anexo após a leitura do texto a seguir.
Vale a pena demais.
EMOCIONE-SE PAZ EM SEU CORAÇÃO !
Edelweiss é o nome de uma flor encontrada no alto das montanhas e Alpes da Suíça, da França, da Áustria, da Yugoslávia e da Itália.
Ela se desenvolve nas alturas dessas montanhas.
Edelweiss significa 'branco precioso' ou 'branco nobre', é uma linda flor em formato de estrela.
Dizem que quando você quer presentear alguém que signifique um amor eterno ou uma amizade eterna, dá-se uma flor de Edelweiss a essa pessoa, a flor eterna.
Dizem, também, que sua duração depois de seca é de mais de 100 anos.
Essa mesma flor hoje é Patrimônio Tombado da Humanidade nos 5 países onde ela é encontrada.
Ela inspirou poetas pelo mundo e uma das composições é essa que leva o nome da flor: 'Edelweiss', tão linda e emocionante quanto a flor.
A história se passa em cidades da Áustria e da Polônia, e começa no ano de 1939, por ocasião da Segunda Guerra Mundial.
Trata-se da história de uma família que tinha uma vida feliz em sua casa de varanda localizada próxima dos alpes na Áustria, quando um dia, com o início da guerra, foram brutalmente levados por soldados para os Campos de Concentração de Auschwits, na Polônia.
Reserve alguns minutos de sua atenção para ver e ouvir essa linda história.
Nada melhor que duas versões da própria música para servirem de fundos musicais a esta mensagem, interpretadas por Kolonel e por Diógenes L. Oliveira.
A música é de autoria de Richard Rodgers e Oscar Hammestein II, realmente maravilhosa.
É do musical The Sound of Music, de 1959. A interpretação de Kolonel é da versão da peça em alemão (no filme 'A Noviça Rebelde') é interpretada por Christopher Plummer.
Observe que na interpretação de Kolonel, a emoção toma conta do cantor e em dado momento sua voz silencia, com um nó na garganta.
Ligue o som, abra o arquivo em anexo e bons momentos curtindo essa bela mensagem de vida."

Encaminhei a mensagem para alguns amigos:

"Amigos,
Ao ouvir essa interpretação tão linda em alemão, lembro com saudade e emoção de meu pai, q me deu um nome de tamanho significado para os alemães, austrícos, judeus e não judeus alemães, e todas as pessoas da região dos Alpes.
Além desse significado de amor eterno, de correr risco sacrificando a própria vida para colher uma edelweiss e ofertá-la à amada como prova de amor, a flor tem um significado de resistência ao nazismo dentro da própria Alemanha dos tempos de guerra.
Dentre as 3 edelweiss q tenho, a q mais gosto é a q minha bisavó polonesa, Johanna Jagaski Herrmann mandou para mim, q fui sua primeira bisneta.
Agora vou contar algo q muitos amigos não sabem:
Quando fui batizada o padre cismou q eu tinha q ter um nome de santa junto ao meu nome, então fui chamada de Edelweiss Anna Herrmann!
Quem me contou foi a Madrinha Hilda.
Pois é, sou tombada e estou em extinção!
Mas mineira, flor do Espinhaço, de coração de ouro em peito de ferro, e simplesmente Nina, de raiz lá na 'cidade encanto'!
Bjs,
EAH!

Recebi lindas respostas de amigos:

"MARAVILHOSOOOOO!"

"LINDO NINA!"

"Prima,
Lindo, emocionante, tocante!
E que, em sua vida, haja sempre estrelas para contar e flores para colher pelo caminho (as edelweiss!).
Bjs,
T"

Resposta:
"Prima T,
Lindas são suas palavras. Obrigada!
(Nada como ter nomes lindos como os nossos, hein?)
Bjs,
N"

"Querida Nina,
Obrigado, o anexo é muito lindo. Já peguei umas folhas de papel e vou escrever seu nome com todos os "ss", "nn" e "rr" até aprender.
Beijo, fica com Deus.
Leo."

Resposta:
"kkkkkkkkkkkkkkkk"


"Edelweiss,
Também me emocionei e me lembrei do seu pai, tão bonito, e você, toda orgulhosa de suas origens, quando ouvi a canção.
Eu também tenho uma edelweiss, não sei se já te contei, colhida por mim mesma, que coloquei em um delicado porta retratos.
Na verdade, foi uma ação meio ilícita que eu cometi, porque sabia que era proibido colher qq espécie protegida dos Alpes, mas que eu não me aguentei de emoção quando vi.

Foi nos idos de 1988 e eu estava com a J e o C na França, para o batizado do J, filho da A.
Era verão e nós fomos fazer um picnic nos Alpes, com o M (meu cunhado e biólogo, assim como a A) nos ciceroneando.
Ele foi equipado, com um manual de espécies da flora alpina e eu logo perguntei se encontraríamos edelweiss.
Ele disse que não, pois estávamos do lado francês e as edelweiss são típicas dos alpes suiços e
austríacos.
Enquanto a A estendia a toalha e colocava o delicioso lanche de pães, queijos e vinho, o M e o C conversavam e as crianças brincavam, eu saí andando...e eis que eu vi as pequeninas florzinhas brancas e dei um grito. Eles vieram e conferiram.
Era mesmo e o M ficou impressionado com a minha sorte.
Mas me alertou que não podia colher e que isso é considerado crime inafiançável.
Mas ele ficou com pena de mim e eu mais que depressa colhi o meu exemplar.
Me senti a própria noviça rebelde.
Eu achava até que eu tinha pego uma para vc também, mas não me lembro mais.

E essa é a minha estória.
Eu serei eternamente uma fugitiva da polícia francesa, com muito orgulho.
Mas as flores do nosso Espinhaço eu prefiro deixar quietinhas por lá e contemplá-las em seu habitat natural, já que estão aqui no nosso quintal.

Um beijão,
E"

Respondi pra ela:

"Sim, minha querida amiga criminosa, fugitiva da França!
Vc trouxe um raminho pra mim! Assim como J me trouxe um chocolatinho Lindt com embalagem de edelweiss, q eu guardo com muito carinho.
Essas 2 (sendo a sua ilícita) estão dentro de minha coleção de lembrancinhas de edelweiss, e são umas de minhas + queridas, pois 'tudo q é bom é imoral, ilegal ou engorda...'.
Agora, vc precisava ver o orgulho q senti de minhas origens lá no sul da Chapada Diamantina.
Lá em Água Quente, perto de Paramirim, quando
conheci Fifi, xará de sua vó, prima de minha vó Mocinha, com mais de 90 anos, ela me disse q eu parecia com Sinhazinha.
'Quem é
Sinhazinha', pergunto, e ela: 'é minha mãe'.
E lá na sala da frente,
naquele casarão enorme, de pé direito enorme, com portas e janelas enormes, cheias de buracos de balas de jagunços, dentre os retratos na parede ela me aponta: 'essa é a Sinhazinha'.
Que susto! Sabe q cara a daminha do séc. XIX tinha?
A do Guga quando
pequeno e a de minha prima-comadre M, irmã de R!
Cruz-credo, descobri de onde vem minha vocação de sinhá...
Aí, quando cheguei, tive a inspiração de fazer meu clipe 'Os Peões de Sinhá', vc viu? Está no Youtube.
Bjs de Edelweiss,
vulgo Nina, a flor do Espinhaço..."

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